Passadas as eleições municipais, onde PT e PSB foram os principais vencedores, os três pré-candidatos ao Palácio do Planalto em 2014 - a presidente Dilma Rousseff (PT), provável candidata à reeleição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE) - preparam suas estratégias para a disputa presidencial.
A presidente Dilma Rousseff (PT), que saiu da eleição municipal sem acumular nenhum grande desgaste com os partidos da base aliada, buscará, primeiro, consolidar a aliança nacional com o PMDB. Salvo alguma mudança brusca no cenário político nacional, a manutenção do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), como companheiro de chapa de Dilma Rousseff é quase uma certeza.
Visando consolidar sua base, a reforma ministerial que Dilma prepara para 2013, deverá contemplar o PSD, que elegeu quase 500 prefeitos, consolidando-se como o quarto maior partido do país. A atração do PSD para a base aliada é um movimento estratégico essencial. Reduz as chances de o partido apoiar Aécio ou Campos em 2014.
Por sua vez, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) deverá intensificar os movimentos em direção ao PSB e outros partidos que integram a base de Dilma no Congresso. Político pragmático, Aécio sabe que são baixas as chances de êxito se tiver que enfrentar em 2014 um governo altamente popular com um arco de alianças restrito a PSDB, DEM e PPS.
Não é por acaso que em várias oportunidades durante as eleições municipais o senador tucano fez questão de mostrar seu bom relacionamento com o PSB e seu líder maior, o governador Eduardo Campos (PE). Aécio chegou a declarar que “pediu mais votos para o 40 que para o 45”, numa referência aos números do PSB e PSDB, respectivamente.
Embora o movimento de Aécio Neves em direção ao PSB esteja correto, hoje, em função da conjuntura favorável ao continuísmo, é mais vantajoso para os socialistas, assim como para os demais partidos da base do governo, permanecer onde estão do que apoiar uma candidatura de oposição. Para que este cenário sofra alterações, Aécio teria que aguardar por eventuais problemas na economia ou então a ocorrência de fato grave que levasse a base a um racha.
Embora o discurso das principais lideranças do PSB seja que o partido deseja manter a aliança com Dilma Rousseff em 2014, a conquista por parte dos socialistas do maior número de prefeituras nas capitais (5 no total), e o crescimento de 43% no número de prefeitos eleitos em comparação com 2008, colocaram o nome do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na bolsa de apostas para a sucessão presidencial.
Apesar da novidade do PSB nas eleições municipais, uma semana após o fim das eleições municipais, o quadro nacional continua favorável ao continuísmo de Dilma. Especulações à parte, o fato é que hoje a presidente Dilma Rousseff, pelo estado da economia e pelas condições favoráveis que possui de manter a base unida, é a favorita em 2014. (Murillo de Aragão, cientista político - Blog do Noblat)
Nenhum comentário:
Postar um comentário