Em entrevista coletiva concedida ontem, após reunião da executiva nacional do PT, o presidente do partido, deputado Rui Falcão, ressaltou a necessidade de o Procurador Geral da República dar explicações à nação sobre seus atos proveniente do depoimento de um delegado da Polícia Federal, e não de outra pessoa. “É preciso ele responder à pergunta que foi lançada não por qualquer pessoa, mas por um delegado da Polícia Federal. Não me consta que o delegado faça parte da lista”, disse Rui Falcão, respondendo a uma das perguntas formuladas pelos jornalistas sobre se as críticas à atitude do Procurador surgiram de integrantes da lista de indiciados no caso do chamado “mensalão”, em julgamento no STF.
Editorial de hoje do jornal dos Mesquitas, o Estadão, traz um parágrafo absolutamente esclarecedor sobre a questão: “Em 15 de setembro de 2009, chegou à Procuradoria o relatório da Operação Vegas. Segundo disse à CPI o delegado Raul Alexandre Marques Souza, da Polícia Federal, Cláudia (Sampaio Marques, subprocuradora, casada com o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel) informou ao órgão que não havia encontrado no texto elementos que justificassem uma investigação sobre Demóstenes".
Passados dois anos e meio, em 27 de março último - cinco dias depois de O Globo publicar as primeiras gravações de conversas entre ele e Cachoeira -, Gurgel foi ao STF contra o senador. "Não há argumento", reagiu o deputado Onyx Lorenzoni, do DEM catarinense, insuspeito, portanto, de se acumpliciar com o PT. "Ele (Gurgel) estava com a bomba atômica e nada fez."
Na coletiva à imprensa de ontem, o presidente do PT disse ainda que "se naquele momento das primeiras denúncias (em 2009, quando a PF entregou o inquérito da Operação Vegas à Procuradoria Geral da República) as informações tivessem vindo à luz, nós poderíamos ter resultados eleitorais diferentes. Talvez Demóstenes Torres não fosse hoje senador".
(Blog do Zé Dirceu)
Nenhum comentário:
Postar um comentário