Na terça-feira da próxima semana começam o horário de propaganda gratuita na televisão e a campanha eleitoral à vera. Se Deus é brasileiro, os candidatos começarão a falar língua de gente. Por enquanto, falam em “reforma tributária”. É uma lorota, porque só tem sentido se for detalhada. No mais, coisa tributária é assunto relacionado com tribos indígenas.
“Centro da meta”, numa hipótese bem educada, é a marca do pênalti. Além disso, há excesso de celebrações em torno das pesquisas eleitorais. Desde maio elas dizem mais ou menos a mesma coisa. A doutora, submetida a uma saudável contradita, arrisca ser levada a um segundo turno.
Pesquisas têm seu valor mas, divinizadas como se fossem o centro da questão, viram um blá-blá-blá dispersivo. Por exemplo: O que sua família fará no domingo? Resposta: na segunda, tínhamos 35% de vontade de ir para a praia, na sexta ficamos com apenas 32%, dentro da margem de erro. E daí? Vale lembrar que nas velhas democracias as pesquisas são subsídios acessórios.
Grosso modo, um terço do eleitorado não vota em Dilma. Este é o índice de rejeição do PT desde 2002. Aécio Neves e Eduardo Campos continuam fazendo campanhas destinadas a converter os crédulos. O crédulo dobra seu ódio ao PT, mas seu voto continua do mesmo tamanho.
Na televisão, Dilma entrará com o dobro do tempo dos seus dois adversários, os efeitos especiais de João Santana e, para o bem ou para o mal, 12 anos de poder.
Imaginando-se um casal — Waldemar e Mariluce — com os problemas e projetos de uma família com renda de três salários-mínimos, o que é que Aécio e Campos vão botar na mesa? (Fonte: O Globo)
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