sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Sem pagamento, empresa retira grama de escola em Santarém

Sem pagamento, empresa retira grama de escola (Foto: Divulgação)


No dia 2 de dezembro, em visita a Santarém, o governador Simão Jatene surpreendeu negativamente a opinião pública do oeste do Pará quando foi à escola estadual Rio Tapajós, na periferia da cidade, e discutiu com duas alunas que questionaram sobre a reforma na instituição, que elas classificaram como “maquiagem”.
Ontem, outra situação deixou os servidores e alunos da escola decepcionados com o governo do Estado além da falta de compromisso com a educação. A empresa Grama Santarém retirou todo o gramado de um parque mantido pela escola. A empresa foi contratada pela Construtora Nacional – Construção e Serviços Técnicos, licitada para fazer a reforma da escola. O motivo, segundo o proprietário, foi falta de pagamento. “Estava tão bonita a escola, mas agora eles estão tendo que tirar porque o governador não pagou. Eu acho que ele tinha que cumprir o que prometeu. Eu me sinto envergonhada de ver isso”, disse, Edivânia Albarado, 14, que cursa a 8ª série na escola.
Os professores também manifestaram revolta. Ormano Sousa, educador desde 2003 na instituição, conta que o parque foi um projeto de professores e alunos preocupados com a arborização da escola. “Isso deixa a gente num estado emocional de tristeza. A gente não tem palavras para expressar o que estamos vendo agora. Aquilo que nós tínhamos feito por iniciativa dos professores, de arborização... Aquilo que as alunas disseram que é uma maquiagem está se configurando agora, lamentavelmente”, diz decepcionado Ormano. 
“A maquiagem”
O governador Simão Jatene, ao visitar a escola Rio Tapajós para inaugurar a reforma da instituição, foi questionado por três alunas do ensino médio sobre a obra que elas chamaram de “maquiagem”. Segundo elas, apenas uma pintura foi feita, mas os problemas estruturais não foram solucionados. Na discussão, Jatene afirmou que os alunos eram os culpados pela falta de manutenção dos bens da escola, como carteiras, bebedouros e quadros. O governador chegou a bradar que a reforma na quadra seria realizada apenas se os alunos merecessem.
Duas alunas que questionaram o governador voltaram a fazer criticas. “No dia em que ele (governador) veio aqui, a gente não falou para bater de frente ou tratar mal, mas porque nós percebemos que o que ele dizia não era o que estava acontecendo, por isso tivemos aquela explosão”, relata Rayane Vieira. “E o que aconteceu agora é a prova da ‘maquiagem’ que agora está sendo borrada”, conclui Luara Rebelo. (Diário do Pará)

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