domingo, 12 de janeiro de 2014

Falta de saneamento deixa Belém feia e doente

Falta de saneamento deixa Belém feia e doente (Foto: Cézar Magalhães/Diário do Pará)


Nos últimos anos, mais da metade das internações nos hospitais públicos de Belém foi de crianças menores de 5 anos. É o quinto pior índice do Brasil, conforme registro de internações infantis registradas pelo SUS em 2011. Pior ainda é que 72,7% dos diagnósticos foram por doenças causadas pela falta de saneamento básico. Diarreia é a maior inimiga destas crianças. Com isso, o gasto total do Sistema Único de Saúde por 100 mil habitantes em Belém foi de R$ 131.089. A taxa de internação por diarreia é de 505,4 por 100 mil habitantes. Ao completar 398 anos, Belém continua tendo um dos mais vergonhosos índices de saneamento, agente da maioria das doenças provocadas nas suas crianças.

Estes e muitos outros dados foram compilados pelo Instituto Trata Brasil, em um estudo feito pela pesquisadora Denise Kronemberger. O conteúdo do trabalho surgiu como resultado da análise de dados divulgados por diferentes institutos e tem como objetivo fazer uma relação entre o saneamento básico inadequado e males, sobretudo as diarreias.

O estudo permite também que sejam medidos os impactos do esgotamento sanitário inadequado no SUS. O estudo analisou os 100 maiores municípios brasileiros em população no período de 2008 a 2011. Em foco, os impacto dos agravos relacionados ao esgotamento sanitário inadequado: perfil de morbi-mortalidade por diarreias e quadro relativo de gastos hospitalares com internações. As doenças diarreicas são: ‘cólera’, ‘shiguelose’, ‘amebíase’, ‘infecções por salmonella’, ‘infecções intestinais bacterianas’, ‘doenças intestinais por protozoários’, ‘infecções intestinais virais’, ‘diarreia e gastroenterite de origem infecciosa’.

Os municípios da Região Metropolitana, sobretudo Belém e Ananindeua, têm um dos piores índices de saneamento básico do Brasil. De acordo com o levantamento do Instituto Trata Brasil, das 100 cidades analisadas em todo o Brasil, Ananindeua é a quarta pior em relação ao saneamento básico. Belém aparece na sexta pior colocação, com apenas 6% de esgotamento sanitário.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona o saneamento básico precário como uma grave ameaça à saúde humana. Apesar de disseminada no mundo, a falta de saneamento básico ainda é muito associada à pobreza, afetando principalmente a população de baixa renda - mais vulnerável devido à subnutrição e muitas vezes pela higiene inadequada. Doenças relacionadas a sistemas de água e esgoto inadequados e às deficiências com a higiene causam a morte de milhões de pessoas todos os anos, com prevalência nos países de baixa renda. (Fonte DOL)

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