Seria bom que os partidos que ainda fazem oposição aos governos do PT e de seus aliados viessem mesmo às ruas defender o que eles fizeram, quando no governo, para desmontar a economia nacional, como estão prometendo líderes tucanos. Por este caminho, sonham eles, o governo Dilma sucumbiria à oposição em 2014. Pois bem, que venham!
Primeiro, eles querem comparar os feitos dos governos Lula e Dilma com os do tucano FHC, de triste memória, pelo campo das privatizações. Igualar as parcerias público-privadas dos governos petistas com a venda de ativos e passivos nacionais a preço de banana, no governo FHC, chega a ser risível. A privataria tucana, de triste memória, nem de longe tem alguma coisa a ver com as atuais parcerias promovidas pelo governo Dilma. Nem no substantivo nem na lisura.
Na verdade os tucanos mal escondem – aliás, sem muito entusiasmo de significativos setores de seus aliados no DEM, estes, históricos porta-vozes das privatizações – a vontade de se livrarem das últimas estatais em funcionamento no país, garantidas pelos governos do PT e de seus aliados, tais como a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia, o BNDES, entre tantos outros. Às vésperas de 2014, eles parecem não temer mais tornar públicos os seus desejos mais secretos.
Não deixa de ser positivo que este embate efetivamente venha à tona, já que eles fugiram dessa lide na última década. Na eleição em que o ex-presidente Lula enfrentou o atual governador paulista, Geraldo Alckmin, os tucanos escaparam de fininho da discussão como o diabo foge da cruz. Se eles agora estão dispostos, muito bom que seja assim. Dessa forma, o povo brasileiro saberá de uma vez por todos separar o joio do trigo, e ficar com aqueles que defendem verdadeiramente o patrimônio do povo brasileiro.
Não creio, porém, que essa turma esteja tão convicta de que a população vá aceitar e votar naqueles que procuraram – e não conseguiram graças à ascensão do PT e de seus aliados -, e, que não querem perder a oportunidade, caso retornem ao poder, de torrar o que Lula e Dilma conseguiram preservar da economia estatal, setor este responsável pela regulação do mercado, conforme o papel que vêm exercendo com resultados altamente positivos para as populações necessitadas do país, a Caixa e o Banco do Brasil, entre outras instituições financeiras.
Por outro lado, comparar as tímidas incursões no campo da distribuição de renda ensaiadas pelo governo FHC, com os mais amplos programas de inclusão social e econômica empreendidas pelos governos Lula e Dilma, reconhecidos e elogiados em todo o mundo, é querer comparar o incomparável. Na verdade, o que mais desejam é acabar com esses programas, acusados por eles de “assistencialistas”. Aliás, durante todo o governo Lula, e agora, no governo Dilma, eles não fizeram outra coisa senão criticar, e criticar duramente, esses programas que possibilitaram, nos últimos 10 anos, o mais expressivo fenômeno de ascensão social já visto em toda a história brasileira. No interior de uma economia que saltou para a sexta economia mundial, vencendo crises internacionais de efeitos devastadores. Não há o que comparar.
Estão falando em ir às ruas defender seus pontos de vista neoliberais, mas, não acredito – volto a afirmar – que tenham coragem. Tanto assim que, por evidente descrédito, aquele ex-líder de esquerda brasileiro e ex-prestista, completamente rendido ao neoliberalismo, hoje em dia, prefira mesmo exercitar o mau agouro, preconizando que não há como o Brasil escapar da crise econômica, até 2014, o que, segundo sua visão catastrófica, derrotará o governo Dilma. Uma crise, essa desejada por ele (mais explicitamente, porque sempre afoito na defesa de seus aliados), mas, também, candidamente, pelos demais colegas seus que, se concretizada, se abateria sobre toda a Nação brasileira. O que pouco importa a essa turma, bem mais interessada em seus próprios umbigos, como sempre, seguindo uma tradição das elites brasileiras, isto, desde o descobrimento do Brasil.
Vamos comparar. Será esclarecedor, e muito importante para a história política brasileira. Josias Gomes é deputado federal pelo PT da Bahia
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