sábado, 4 de agosto de 2012

“Nós vamos criar uma onda vermelha da juventude”

A onda vermelha se dará em três vertentes: na eleição de jovens candidatos pelo PT, no compromisso com as políticas para a juventude assinadas pelos candidatos majoritários do partido e, também, na filiação de muitos jovens em 2012. Em jogo, segundo Jefferson, está a renovação partidária que vem sendo edificada, com apoio da direção, por esta terceira geração de petistas. Acompanhem a entrevista.

Como estão as candidaturas jovens neste ano? Tivemos um salto?

Jefferson Lima Sim. Nós temos 3.914 candidatos de até 29 anos na disputa deste ano. São mais de 700 candidaturas em comparação com as 2008. Desse total, 3.814 são para as Câmaras Municipais, 35 para as prefeituras e 65 para vices. E, claro, há muitos candidatos na faixa dos 30, com forte relação com a Juventude do PT. A mobilização está muito intensa. No II Congresso Nacional da JPT, nós debatemos a necessidade de interiorizar a juventude e municipalizar suas ações. A campanha eleitoral contribui muito para isso porque é o maior processo de mobilização política no país, principalmente entre os jovens. É quando a juventude tem um intenso trabalho de articulação, de mobilização política. Nós estamos aproveitando esse processo, também, para ampliar o número de filiados jovens do nosso partido.

Como está o processo de fortalecimento das candidaturas jovens?

Jefferson Lima Estamos com agendas em todos os Estados para consolidá-las. Contamos com candidaturas em cidades estratégicas para o PT, em várias capitais, com reais chances de ganhar. Hoje, a JPT não está apenas disputando eleição para marcar posição, mas para implementar uma nova cultura política na sociedade brasileira e para renovar os quadros do partido. Com este propósito, nós e a direções municipais, estaduais e nacional estamos trabalhando no fortalecimento das candidaturas jovens e das candidaturas majoritárias. O PT escolheu 118 cidades estratégicas. Nosso trabalho é fortalecer essas candidaturas e ajudar na mobilização, no debate da política pública de juventude e, sobretudo, pautar os candidatos do PT para que eles assumam compromisso com as políticas da JPT e com os programas do governo federal na área da juventude. Queremos espalhar os avanços do governo federal em todas as cidades. Neste ano, portanto, além daquela juventude “pau pra toda obra”, que segura bandeira, mobiliza e vai às ruas, o PT terá candidaturas pautadas por esse compromisso com avanços nas políticas de juventude. E teremos também as candidaturas jovens, estratégicas e importantes para nós.

No começo do ano, nós aprovamos a realização das Caravanas da Juventude nos Estados. O objetivo é de mobilização social mesmo. Fazer com que em cada canto deste país, onde tiver PT, lá esteja a JPT. Estamos construindo os eventos para contarmos, minimamente, com a presença das direções estaduais e municipais; e nas grandes atividades, com a direção nacional. Por meio dessas caravanas estamos fortalecendo as candidaturas jovens em todas as regiões do país. E obtendo o compromisso das majoritárias com as nossas propostas. É um salto importante. Nós vamos criar uma onda vermelha da juventude neste ano.

Jefferson, e o debate sobre a renovação no partido?

Jefferson Lima Vivemos um momento único em termos de renovação no PT. No IV Congresso foi aprovada a cota de 20% para juventude que permitirá, por exemplo, que 18 dos 80 membros do Diretório Nacional sejam jovens com até 29 anos. Isso vai se estender nas direções municipais e estaduais etc. As candidaturas da juventude estão cada vez mais fortes com esse movimento. Daí a necessidade das novas filiações para intensificarmos ainda mais esse processo.

Nós vivemos uma terceira geração dentro do PT. Há a geração do ex-presidente Lula, do Zé Dirceu, dos fundadores do nosso partido. Uma segunda geração, dos anos 80-90, do ministro Alexandre Padilha, do senador Lindbergh Farias e de outros companheiros que levaram adiante o debate da redemocratização. E, agora, formamos uma terceira geração que é a geração do governo Lula. Uma geração que conseguiu o acesso à educação, com ProUni, REUNE, ProJovem. Uma geração que usufruiu do Minha Casa, Minha Vida. Uma geração que nasceu no governo Lula. Esse processo de renovação, de surgimento de novos quadros políticos, exige novas propostas e um processo imediato de reforma política. Não dá mais para ter o sistema eleitoral e político que temos. É muito difícil fazer campanha e apresentar propostas dessa forma. E propostas não nos faltam. Nós, da JPT, defendemos nossas políticas, a democratização dos meios de comunicação, o combate à corrupção, o diferencial da juventude dentro da política brasileira, assim como a emancipação juvenil, financeira e no trabalho. Esse debate da renovação nós estamos fazendo, inclusive, ao puxar mais jovens para o partido. Dizemos sempre “filie-se”, “dispute e acredite na renovação da politica brasileira”. Temos de implementar essa nova cultura porque ela traz novas perspectivas para os jovens brasileiros.

O que o jovem candidato do PT deve ter em mente neste ano?

Jefferson Lima É importante lembrar que muitos jovens que vão às urnas pela primeira vez neste ano não viveram os oito anos de descalabro do PSDB no governo federal. Eles pegaram do governo Lula prá cá. Nós precisamos mostrar no que fomos diferente, porque muitos caem no discurso de que a oposição é a renovação. Nós estamos com 10 anos já de governo. Quem tinha 10 anos em 2002, hoje tem 18. Mal pegou o governo FHC.

Os candidatos jovens precisam incorporar efetivamente o discurso da juventude e colocá-lo em prática. A gente precisa implementar uma nova cultura política tanto no PT quanto na própria política brasileira. Além disso, é fundamental contarmos com novos repertórios para a JPT, dialogar com jovens mulheres, jovens do movimento negro, juventude trabalhadora, LGBT etc. Precisamos apresentar propostas em uma campanha diferenciada, jovem, que não caia no pragmatismo da política, nem na disputa financeira que infelizmente, por causa da ausência de uma reforma política, está colocada como desafio hoje.

Os jovens candidatos petistas têm essa campanha diferenciada, alegre, que envolve a diversidade cultural das cidades, dos movimentos sociais, as singularidades dos municípios. Esse é o desafio da JPT e os nossos candidatos estão incorporando isso. É fazer o novo e fazer agora. Trazer o novo para a política brasileira e para o PT, dialogando com diversos segmentos da sociedade brasileira.
(Jefferson Lima, secretário nacional de Juventude do PT)

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