Os dados sobre a indústria em maio mostram que as medidas tomadas pelo governo surtiram efeito, menos na indústria automobilística que derrubou todo o setor. Tanto é que a produção de linha branca, que desde o final de 2011 conta com o imposto menor, manteve-se elevada desde dezembro, com a produção 8,5% maior que no mesmo período do ano passado. Já no setor de móveis, maio fechou com crescimento de 22,2% na comparação com o mesmo período do ano passado e crescimento de 7,6 pontos percentuais sobre o mês anterior.
O problema está na produção industrial do setor automobilístico que, apesar da redução do IPI promovida pelo governo, recuou 16,8% (produção de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e autopeças) quando comparamos maio deste ano com maio de 2011. "O que a gente nota é que a produção industrial manteve sua trajetória de queda impactada, principalmente, pela redução na produção de veículos. O setor tem maior peso na pesquisa (do IBGE) e influencia o resultado. Mas, por outro lado, os setores que tiveram incentivo à produção, como de linha branca, mantiveram suas produções elevadas no ano em comparação com os mesmos meses de 2011", disse o coordenador da pesquisa, André Luiz Macedo.
Por isso, não dá para generalizar e dizer que as medidas de estímulo adotadas pelo governo não foram suficientes para evitar a queda na produção industrial brasileira em maio. O recuo de 4,3% no mês em relação ao mesmo mês do ano passado e de 0,9% na comparação com abril deste ano, maior percentual desde setembro de 2009, quando a produção caiu para 7,6%, e a terceira queda consecutiva mensal verificada no ano, segundo aferiu pesquisa divulgada ontem pelo IBGE, se deve em grande parte devido ao peso que o setor de veículos tem na própria pesquisa.
Mas, ao mostrar que as medidas pontuais do governo têm dado resultado ao estimular diretamente alguns setores da indústria, não quero dizer que estou de acordo com a questão central da política econômica que diz respeito a privilegiar o superávit primário em prejuízo de uma política agressiva de ampliação dos investimentos públicos. (Blog do Zé Dirceu)
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