Em artigo publicado na Folha neste domingo, “Família, amigos e crise de crédito”, o economista Marcelo Neri, professor e chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra a importância do crédito produtivo popular no país e os efeitos da crise internacional na vida dos milhares de clientes que usufruem dos seus benefícios.
Em uma pesquisa, com base nos dados do Crediamigo – maior programa de microcrédito da América do Sul - Neri aponta que no Nordeste, embora o lucro dos clientes tenha caído 7,7% após a crise europeia, houve um aumento 9,3% ao ano do lucro se comparado ao conjunto dos demais pequenos negócios na região.
O artigo também mostra que o crescimento dos lucros do microcrédito aumenta com a presença de programas como o Bolsa Família (BF), que se tornou a principal defesa dos clientes do microcrédito contra os atrasos promovidos pela seca. Neri avalia, ainda, o impacto do programa Agroamigo, ligado ao Banco do Nordeste, com 1,1 milhão de clientes e responsável por um ganho de lucro real de 15,3%.
O economista defende que “programas sociais têm irrigado as condições de vida locais no auge da seca em curso. Fome, migração e saques não estão presentes na conjuntura atual. Interfaces entre programas sociais, como o Bolsa Família, e produtivos, como o Agroamigo e o Crediamigo, devem ser potencializadas”. (Blog do Zé Dirceu)
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