quinta-feira, 14 de junho de 2012

“Só novos investimentos tiram países da crise”

“Mais uma vez, as autoridades da zona do euro respondem a uma crise - que se aprofunda e se torna quase crônica (dando dinheiro aos bancos). A pergunta é: até quando?". Diante da situação que vive o continente europeu, faz sentido a pergunta da presidenta Dilma Rousseff, formulada ontem durante discurso em Belo Horizonte. Afinal, como muito bem lembrou Dilma Rousseff, até o final do ano passado já havia sido repassado 1 trilhão de euros para os bancos. O que aconteceu? A crise continua e novos bilhões de euros são necessários para cobrir novos déficits bancários. 

Está certíssima a presidenta quando avalia que "a crise do sistema bancário se sobrepõe à crise soberana dos países", e que é preciso tomar medidas para mudar o padrão de crescimento, coisa que não se resolve simplesmente cobrindo o déficit dos bancos. 

Ela e nós sabemos, com a experiência de quem já viveu crises no passado, que somente uma política de investimentos fará os países saírem da crise. As populações dos países europeus também já sabem disso. É essa a razão pela qual votam à esquerda, naqueles que não corroboram a política da chancelar alemã Ângela Markel, que fazia dupla com o ex-presidente francês Sarkozy antes de ficar sozinha na chamada política de "austeridade". Austeridade para o povo; dinheiro à vontade para os tranbiques dos donos dos bancos e dos apostadores das finanças globalizadas.

Do ponto de vista interno, a presidenta afirmou que o Brasil vai continuar investindo e anunciou para a próxima 6ª feira (15/6) uma reunião em Brasília para tratar do que chamou de "processo mais contínuo de investimento no Brasil". Vocês podem observar: a presidenta não pára. Agora ela convocou reunião específica para tratar da manutenção de uma continuidade nos investimentos. O assunto é importante e é urgente que sejam aprofundadas as medidas nessa direção.

Outro ponto importante lembrado por ela em seu discurso, que tenho insistido também aqui no blog: a continuidade da política de queda dos juros. Assim criam-se condições mais favoráveis à ampliação do investimento privado, além de desonerar o Tesouro, diminuindo o pagamento da dívida pública, o que também reserva mais dinheiro da União para investimentos públicos.

Quanto ao consumo, contrariando a fala de muitos economistas que encontram eco na nossa imprensa conservadora de que os brasileiros já estão muito endividados, Dilma Rouseff disse que este continuará sendo incentivado pois "ainda temos consumo extremamente reprimido das classes mais baixas".

Nessa questão do consumo, a presidenta também está certa. E encontra respaldo na divulgação ontem do Índice de Expectativa das Famílias (IEF), que em maio último se manteve estável, com 67 pontos, superior ao apurado em maio de 2011, quando o IEF foi de 62,9 pontos.

A partir do dado, divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), é possível dizer que as famílias brasileiras mantém um otimismo relativamente elevado em relação à situação econômica do Brasil nos próximos 12 meses (é isso que o IEF mede). 

O IPEA faz o levantamento mensalmente em 3.810 domicílios, em mais de 200 cidades. Na escala do IEF, a pontuação acima de 60 indica otimismo; abaixo de 40, pessimismo. A margem de erro da pesquisa é de 5%, segundo informa o instituto. (Blog do Zé Dirceu)

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