segunda-feira, 25 de junho de 2012

Mercosul e Unasul decidem afastar Paraguai de suas atividades

O Mercosul e a Unasul decidiram afastar o Paraguai de suas atividades até que a "ordem democrática seja restabelecida", segundo o Ministério das Relações Exteriores brasileiro.

Neste domingo (24), o Mercosul também anunciou que o Paraguai foi suspenso da Reunião de Cúpula de presidentes programada para a próxima semana na cidade argentina de Mendoza. O anúncio da suspensão para o encontro foi divulgado pelo governo argentino, que possui a presidência rotativa do Mercosul, em comunicado à imprensa divulgado no site do Ministério de Relações Exteriores da Argentina. O Itamaraty confirmou ao G1, por meio da assessoria, que a decisão foi acordada entre os países membros e que a nota foi redigida neste domingo.

Segundo o texto, o bloco decidiu "suspender o Paraguai, de forma imediata e por este ato, do direito de participar da XLIII Reunião do Conselho do Mercado Comum e Reunião de Cúpula de Presidentes do Mercosul, bem como das reuniões preparatórias". A decisão ocorre devido ao impeachment do presidente Fernando Lugo, que teve o mandato cassado na sexta-feira (22) em um processo de menos de 36 horas.

Conforme a nota, Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru decidiram de forma conjunta suspender a participação do Paraguai na reunião de presidentes, que ocorre entre 25 e 29 de junho, diante da "ruptura da ordem democrática no Paraguai".

Durante a tarde, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou a retirada do embaixador em Assunção, José Francisco Javier Arrué, e a interrupção do envio de petróleo. "Ordenei retirar nosso embaixador de Assunção (...). E também vamos retirar o envio de petróleo. Sentimos muito, mas nós não vamos apoiar de forma alguma esse golpe de Estado", afirmou Chávez nas cerimônias de comemoração do 191º aniversário da batalha de Carabobo."Digo ao ministro da Energia, Rafael Ramírez que interrompa o envio de petróleo fruto do acordo energético de Caracas", declarou.

O Ministério de Relações Exteriores anunciou sábado que convocou o embaixador do Brasil no Paraguai para consultas e considerou como "rito sumário" a destituição de Lugo. A presidente Dilma Rousseff fez uma reunião ministerial de emergência para discutir a crise. Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o Brasil deve seguir a posição da Unasul no caso e não descartou sanções.

A cúpula presidencial da Unasul, que analisará a crise no Paraguai após a destituição do presidente Fernando Lugo, será realizada na quarta-feira (27) em Lima, no Peru. A Colômbia também anunciou que chamará o seu embaixador no Paraguai para consultas. (Portal ORM)

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