segunda-feira, 18 de junho de 2012

CONSELHO DE ÉTICA JULGA DEMÓSTENES HOJE

Quem ainda tem dúvidas sobre a verdadeira natureza da relação do contraventor Carlinhos Cachoeira, preso sob a acusação de explorar jogos ilegais, com o senador Demóstenes Torres (GO)? Os dois eram amigos, por suposto. Mas as centenas de ligações telefônicas grampeadas pela Polícia Federal mostram que além de amigos também eram sócios.

A cozinha dada de presente por Cachoeira a Demóstenes foi coisa de amigo. Demóstenes acabara de casar. Mas o Nextel que Demóstenes ganhou de Cachoeira foi coisa de bandido. Cachoeira supôs que o aparelho era à prova de grampo. Distribuiu uma dezena com pessoas que o ajudavam a fazer negócios. Demóstenes era uma delas.

Logo que ruiu sua imagem de exemplar servidor da ética e dos bons costumes, ninguém dentro do Congresso apostava uma nota de três reais no futuro de Demóstenes. Hoje, o Conselho de Ética do Senado aprovará o relatório que recomenda a cassação do mandato dele. Em seguida, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado avalizará o resultado. 

Se tudo correr como o previsto, os 81 senadores (inclusive Demóstenes) se reunirão em 18 de julho para confirmar ou desautorizar o que o Conselho de Ética decidiu. É aí que mora o perigo. O voto no Conselho é aberto. No plenário é secreto. Quem condenar Demóstenes no Conselho poderá absolvê-lo no plenário sem se desgastar.

E por que a maioria dos senadores fecharia os olhos às evidências de que Demóstenes feriu o decoro parlamentar? Ora, até Luana, minha neta de quatro anos, responderia sem gastar dois neurônios: porque estão pouco se lixando para decoro. Procedem como Demóstenes ou até pior. Não têm biografias, mas prontuários. (Blog do Noblat)

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