quarta-feira, 6 de junho de 2012

As recentes bandeiras de pregação do senador Aécio Neves

Francamente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), com justiça visto como o maior líder da oposição desde quando era governador de Minas e se elegeu para o Senado em 2010, não pode continuar se expondo ao ridículo. Sua mais recente bandeira, pelo que vejo, é pregar um "voto de confiança" ao governador tucano de Goiás, Marconi Perillo e tergiversar sobre a possibilidade de cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), ambos denunciados como envolvidos no esquema Cachoeira

O parlamentar mineiro pregou nesta 2ª feira: seu partido precisa ter a "serenidade de dar o voto de confiança" ao governador Perillo. "Não é agradável para ninguém ver um companheiro sofrendo esse tipo de ataque", justificou Aécio ao falar sobre a situação do governador, que depõe à CPI do Cachoeira no próximo dia 12, sobre as acusações de envolvimento com o empresário.

O governador é acusado de ter recebido R$ 1,4 milhão de empresas ligadas a Cachoeira pela venda de uma casa e de ter nomeado funcionários a pedido do empresário. "Até agora, em todas as denúncias surgidas, ele (Perillo) tem sido enfático e firme nas suas explicações. E terá oportunidade para prestar todos os esclarecimentos. Vamos aguardar", aconselhou Aécio.

Já sobre as denúncias e situação do senador Demóstenes, e se vai votar pela sua cassação caso a Comissão de Ética do Senado que o investiga instaure o processo, o líder oposicionista mineiro tergiversou. O plenário do Senado é que decidirá, por voto secreto, sobre o destino do mandato.

"Tenho que respeitar o tempo normal e não cabe a mim antecipar isso, mas vocês em um momento certo saberão meu voto. Gostaria que o voto fosse aberto também para que cada um pudesse se manifestar. As denúncias são extremamente graves, e essas sim, constrangem muito o Senado Federal", desconversou.

Aécio foi um dos 41 senadores (muitos, da tribuna) que à primeira hora das denúncias defenderam a honra do senador goiano. Depois, pelos corredores do Congresso, admitiu que houve precipitação nessa solidariedade.

Ora, Aécio está se expondo ao ridículo. Então, há razões de sobra para cassar Demóstenes, mas não tem para quebrar o sigilo e ouvir o governador Perillo na CPI do Cachoeira? Muito menos para a abertura de um processo de cassação do mandato do governador pela Assembleia Legislativa de Goiás?

Dois pesos e duas medidas, então? As acusações contra Perillo e Demóstenes se equivalem. O que Aécio quer é evitar que o PSDB responda pelo que aconteceu em Goiás: o controle do Estado pelo crime organizado sob um governo tucano. (Blog do Zé Dirceu)

Nenhum comentário:

Postar um comentário