A capital paraense é a campeã entre as cidades brasileiras com mais esgoto a céu aberto no entorno das residências. É o que revelam dados do Censo 2010, divulgados nesta sexta-feira (25), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Ao todo foram pesquisados 15 municípios com mais de um milhão de habitantes. As informações foram obtidas durante a etapa de pré-coleta do Censo 2010, em 96,9% dos domicílios urbanos, com o objetivo de conhecer a infraestrutura urbana do país.
O levantamento mostrou que 44,5% dos domicílios de Belém são próximos a locais de esgoto a céu aberto. No que diz respeito ao lixo acumulado na rua, 10,4% dos domicílios são próximos a esses locais.
O Portal ORM foi às ruas e flagrou dois pontos, no centro da cidade, com esgoto a céu aberto e lixo acumulado. Na Travessa 3 de Maio, esquina com a Oliveira Belo, o problema é ainda maior. Além do esgoto a céu aberto, o lixo que se acumula no local entope o canal e causa o transbordamento do mesmo, quando chove. 'Não me espanta que Belém seja campeã de esgoto a céu aberto, pois isso se repete na cidade toda. Aqui a coleta do lixo demora e as pessoas ficam jogando o lixo no canal', conta o açougueiro Orlielson Ribeiro, que mora em frente ao local.
Ainda segundo o morador, a situação é facilitada pelo fato de uma parte da proteção do canal estar quebrada. 'Nesse local é onde mais jogam lixo. Fica um mau cheiro e isso também causa doenças. Muita gente aqui já teve dengue', exemplifica o morador.
Em outro ponto de Belém, na Travessa do Chaco entre as Avenidas Pedro Miranda e Marquês de Herval, o lixo fica acumulado na calçada. 'O povo joga nessa esquina e a Prefeitura demora a recolher, daí fica tudo acumulado', reclama a comerciante Rosa Silva, que mora na área há mais de 20 anos. Ela ainda aponta outro problema. 'Como o lixo fica na esquina e ocupa toda a calçada, as pessoas têm que andar pelo meio da rua, colocando suas vidas em risco', avalia.
Ainda segundo a moradora, o mau cheiro e a sujeira atraem também outros perigos. 'Sempre aparecem ratos e um dia desses encontramos até uma cobra. Esses problemas de lixo e esgoto em Belém precisam ser resolvidos porque sempre a população é quem paga o preço com as doenças', finaliza. (Portal ORM)
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