
1-Porque o senhor está se candidatando às prévias?
-Primeiro porque quero contribuir com a construção de uma estratégia que confira ao PT de disputa hegemônica no Estado do Pará. Nossos enfrentamentos recentes revelaram um nível incipiente de formação política e expressão programática.
Em segundo lugar, eu em considero preparado, tenho uma trajetória que vem desde o início do PT, acompanhei fases agudas, tenho experiência nos movimentos sociais e na administração pública, fui secretário de economia da capital, o que contribuiu com minha experiência de lidar com os problemas do cidadão. Me orgulho de ter coordenado o projeto de reforma do Ver-O-Peso e de ter coordenado o Banco do Povo. Mais recentemente, fui vereador da capital e estou no segundo mandato de deputado.
2- O que o senhor irá mostrar de novidade em sua candidatura?
-Sou o único que tem toda a experiência da qual já falei. Com exceção do [Cláudio] Puty, só eu tenho experiência em gestão municipal. Em segundo lugar, eu tenho uma visão de quais são os grandes desafios da cidade. Fui o único que apresentou treze pontos para os debates das prévias. Em terceiro, minha história e relações sociais que construí em conferem condições de costurar uma ampla relação política.
3- Qual a sua perspectiva de votação nas prévias?
-Quem está cuidando dessa parte em minha campanha são outras pessoas, lido só com a parte política e cuido dos debates. Só sei dizer que estamos bem posicionados, acho que haverá segundo turno, e acho essa situação até salutar, pois haverá mais diferenciação, estou confiante.
4- Como o senhor avalia os debates das prévias que estão acontecendo desde o último dia 9?
- Avalio de forma positiva, pois os debates estão permitindo uma oxigenação do PT e instituindo uma política. Está havendo uma “tempestade de ideias” e na segunda etapa haverá uma jornada com candidatos definidos, mas está sendo positivo demais, já que cada área está trazendo problemas relevantes. Há respeito e o PT está alcançando maturidade política, um partido temperado, com qualificação, e os militantes sabem disso, no debate de ontem [quinta-feira, dia 12], no DAGUA [Distrito Administrativo do Guamá], a temperatura ficou elevada, mas essa é a expressão de quem não evoluiu, e não entraremos nessa, pois não é bom para o partido.
5- O senhor acha que a disputa interna pode enfraquecer a campanha de quem foi
escolhido pela votação para disputar as eleições para prefeito?
-Depende, vamos ver até o final das prévias, ressalvadas exceções muito minoritárias, acho que há um exclusivo processo de construção de unidades partidárias. O processo deverá ser enriquecido e legitimado, pois quem vai aos debates é articulado, não é qualquer militante, são intelectuais orgânicos partidários, não aceitam decisões tomadas sem eles.
6- Caso seu nome seja escolhido para representar o partido nas eleições para prefeito deste ano, o senhor já tem um plano definido?
-Nas prévias defendo primeiro que o governo deverá ser do partido e não das tendências e a figura do prefeito deverá ser também a de um conselheiro. Meu mote é “Pro Seu Governo”, eu defendo que precisamos construir mecanismos de participação popular e controle social. E que dialoguemos com todas as forças sociais e políticas da cidade.
Também é necessário encarar o processo de favelização da cidade, pois 53% dos belenenses vivem em moradias subnormais, para esse problema é necessário um projeto de macro e microdrenagem. Essas áreas devem ser humanizadas, é necessária uma nova política para elas, que dê perspectivas á juventude.
Outro componente seria a segurança pública. A questão é que a cidade é dividida em duas. Se 53% moram em habitações subnormais, os outros 47% também precisam de governo, devemos dar um projeto para quem habita nas áreas centrais da cidade. Este deve ser um programa corajoso que arrecade pouco, pois a arrecadação de Belém é ineficiente, já que a população tem pouco para contribuir se não for implantado aqui um sistema progressivo de arrecadação.
Essa distorção vem se acentuando porque os pobres pagam e os ricos não. No primeiro mês de governo, pretendo implantar o fundo municipal de transporte e o fundo de compensação tarifária. Quero implantar um estudo sobre linhas de ônibus, e quero também lançar uma licitação para o transporte complementar, que não gosto de chamar de alternativo, pois acredito que não pode cada um colocar uma Kombi na rua como bem entende. Depois instalarei o fundo de compensação, no qual será recompensado pelo que tiver mais lucro.
7- Qual balanço o senhor faz da Assembleia Legislativa?-2011 foi um ano difícil, o PT teve de se readequar, pois passou a ser oposição, e firmamos uma oposição franca, direta, combatemos a ideia de que o governo da Ana Júlia foi péssimo, denunciamos e combatemos secretarias especiais e a criação de cargos comissionados. Fomos muito firmes em denúncias como no caso da Santa Casa e da Colônia Heleno Fragoso. Assim, foi um não vitorioso para o PT, com seis deputados na Alepa, e de muita expressão na mídia para um partido sem verbas publicitárias.
8-Qual o seu balanço do governo Duciomar?
-O pior possível, pois transformou Belém em um balcão de negócios. O governo Duciomar destruiu os serviços públicos, esvaziou o serviço “Família Saudável”, regredindo de posição. Um governo cambiado de escândalos, com secretários fugindo para Miami. Deixará um retrocesso de 20 anos em Belém, que perdeu o respeito nacional.
9- Que propostas o senhor tem para motivar a militância do PT?
-Se eu estiver à frente do governo, minha proposta é “Pro Seu Governo”. Depois, assegurarei à militância que será um novo governo, com forte expressão popular, com todas as forças do PT, tanto as maiores como as menores, mas ao mesmo tempo um governo com votação democrática. A cidade terá uma aliança com a presidenta Dilma e diálogo com o Governo do Estado, que foi um erro do nossos 1º governo, que não dialogava com a oposição. Dilma mostrou isso em uma solenidade ontem.
Exigiremos que a oposição respeite a cidade, terá de haver acordo conosco, não permitiremos uma intervenção em Belém. Mas nossa aliança principal será com o governo de Dilma, pois precisamos estar de mãos dadas para colocar Belém em outro patamar. (Blog do Bordalo)
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