sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Superávit primário do governo fica acima da meta

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta sexta-feira que o superávit primário da União foi de R$ 75 bilhões em 2013. Com isso, o governo conseguiu honrar o compromisso de realizar um esforço fiscal de R$ 73 bilhões. "Eu queria começar o ano dando boas notícias no campo fiscal. O governo fez um primário acima de R$ 73 bilhões. Fizemos algo como R$ 75 bilhões", disse Mantega, lembrando que o dado ainda é preliminar.

O número, no entanto, é parcial. A meta de superávit primário de todo o setor público em 2013, já considerando abatimentos de investimentos e desonerações, era de R$ 110,9 bilhões, ou 2,3% do Produto Interno Bruto. Deste total, o governo federal deveria realizar R$ 73 bilhões. Já o restante deveria ser feito por estados e municípios, que dificilmente conseguirão poupar os R$ 37,9 bilhões necessários para o fechamento da conta.

Embora a equipe econômica costume divulgar o resultado fiscal no fim de cada mês, Mantega decidiu antecipar alguns números de 2013 já nos primeiros dias de 2014. Questionado sobre a razão para antecipar a divulgação, o ministro disse que decidiu antecipar o anúncio para acalmar o mercado. A política fiscal vem sendo questionada pelo mercado, que aponta uma deterioração das contas públicas em função do fraco desempenho das receitas e do aumento dos gastos públicos.

Segundo ele, alguns analistas vinham apontando o risco de o governo não conseguir fazer o esforço fiscal necessário no ano passado, o que estava gerando ansiedade: "Antecipamos o resultado para baixar a ansiedade. Ficar com essa expectativa até o final de janeiro não é bom. Vai acalmar os nervosinhos aí."

O resultado fiscal de 2013 foi obtido graças, principalmente, a receitas extraordinárias que ingressaram nos cofres públicos devido a programas de parcelamento de dívidas tributárias que foram feitos pelo governo justamente para conseguir aumentar a arrecadação. Também houve um reforço no caixa com o pagamento de R$ 15 bilhões feito pelas empresas vencedoras do leilão do campo de Libra, no pré-sal.

Embora o esforço fiscal da União de 2013 tenha contado, em grande parte, com a ajuda de receitas extraordinárias de programas de parcelamento, o ministro da fez questão de destacar que a arrecadação está crescendo de forma generalizada. Segundo ele, o superávit primário realizado pela União em dezembro, de R$ 14 bilhões, contou com pouca ajuda dos parcelamentos.

"Foi possível porque a arrecadação está crescendo nos últimos meses. Estamos colhendo os frutos de ações feitas em 2011, 2012 e 2013 que se refletem no aumento da atividade econômica", disse ele, acrescentando: "Em dezembro, tivemos apenas um restinho de Refis. A arrecadação de dezembro foi recorde, em torno de R$ 116 bilhões, de modo que, independente do Refis, ela está crescendo."

O ministro também reiterou que o governo está trabalhando para reduzir gastos de custeio, como aqueles com seguro desemprego e abono. "Estamos o tempo todo preocupados com a despesa, em reduzir ou não deixar subir acima do PIB. Temos reduzido despesas que a cada ano sobem menos, como custeio, passagens e diárias. No entanto, educação e saúde são investimentos e vão continuar subindo", acrescentou ele. (Fonte: ORM News)

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