segunda-feira, 24 de junho de 2013

André Singer: “Esquerda ou direita?”

Em meio aos muitos artigos e análises sobre as manifestações em todo o Brasil, sugiro a leitura da coluna do cientista político André Singer publicada na Folha de S.Paulo de hoje, sob o título “Esquerda ou direita?”.

Ele diz que, após a redução da tarifa de ônibus, é preciso saber para onde vai o movimento. Singer diz que os protestos têm uma organização horizontal, recusando as organizações tradicionais. Mas ele esclarece que a “democracia não pode funcionar sem partidos e que os sindicatos, apesar de todos os problemas, continuam a ser o melhor instrumento que o trabalhador tem para defender seus interesses”.

Ou seja, é preciso “canalizar a revolta contra as instituições para uma participação que as revitalize, e não que as destrua”. O artigo acrescenta que, como não há uma direção unificada, as manifestações começaram a “agregar um pouco de tudo, até mesmo ideologias opostas”.

Singer ainda ressalta que, se o estopim dos atos foi dado pela classe média, “o novo proletariado, forjado na década do lulismo, entrou nas avenidas, dando um colorido inédito às marchas reivindicatórias”

Nesse processo, a direita tenta vender a ideia de que sanear o Estado e cortar funcionários resolveria as demandas por saúde, educação e segurança, acrescenta. “Caberá à esquerda, que teve o mérito de começar a luta, ter a coragem de mostrar a cara e propor um programa que, sem deixar de ser republicano, aposte na ampliação do gasto público, de modo a construir o bem-estar que as massas exigem.” (Blog do Zé Dirceu)

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