A Portuguesa Santista foi condenada, nesta
terça-feira (11), pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por tráfico de seres
humanos. Como sentença, o clube terá que pagar uma indenização a adolescentes
que atuaram na base do clube. A Briosa, como é conhecida, já disputou durante
várias temporadas a 1ª Divisão do Campeonato Paulista de futebol e já contou
com nomes de peso como Ronaldo (ex-goleiro do Corinthians) e Serginho Chulapa
(ex-atacante do Santos).
O caso ocorreu em maio do ano passado. Enquanto treinavam na Briosa, dez jovens, oriundos do Pará, moravam em um pequeno apartamento em um prédio no bairro da Ponta da Praia, em Santos. Após constatar a situação em que os garotos viviam, o Conselho Tutelar entrou com ação e eles foram levados a um hotel e, posteriormente, retornaram para casa.
O promotor da Infância e Juventude de Santos, Carlos Alberto Carmello Junior, criticou a forma como viviam os adolescentes. "Eles estavam sem proteção médica, sem uma pessoa para gerir a questão da educação, sem prestação odontológica. Se tivesse qualquer problema com esses adolescentes, eles não tinham sequer um guardião a quem eles pudessem recorrer numa situação de urgência", explicou.
Carmello Junior considerou a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo importante e única. Para ele, o caso servirá de exemplo para o futuro. "O desembargador, em um voto muito feliz, entendeu que o caso pode se caracterizar como tráfico de seres humanos. Ele fundamentou muito bem. Eu acho que o caso é muito emblemático. Talvez em nenhum outro se conseguiria ver a questão da exploração do tráfico de seres humanos tanto quanto neste caso dos jogadores de futebol", disse o promotor sobre o processo, que ainda cabe recurso.
Portuguesa Santista se defendePor meio da
assessoria de imprensa, a Portuguesa Santista enviou um comunicado onde se
defende da acusação. De acordo com a nota, o caso é antigo e o departamento de
futebol amador era gerido por uma empresa terceirizada.
A Briosa ressaltou ainda que, repundiando os
fatos, rompeu o contrato de terceização após o ocorrido e que ainda não foi
intimada sobre a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. Por fim, o clube
informou que estudará as medidas a serem tomadas judicialmente assim que houver
a notificação, colocando-se à disposição para outros esclarecimentos. (Portal G1)
A CPI do
Tráfico humano do Pará, que tem como relator o Deputado Bordalo, investigou
este Caso e amanhã na leitura do Relatório em plenário vai relatar esta
situação que trata de adolescentes e crianças do Estado do Pará que são
traficadas para São Paulo.
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