sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Sem estrutura, médicos vão deixar a prefeitura

Pelo menos sete dos 12 postos de saúde da área urbana de Marabá não estão atendendo desde ontem (16). O motivo da paralisação é a absoluta falta de condições de trabalho para os profissionais de saúde do município. E a situação ainda pode piorar. Cerca de 35 médicos, alguns concursados, já decidiram que vão deixar a prefeitura por causa dessa falta de estrutura.

O desejo coletivo foi manifestado durante duas reuniões realizadas ontem e na quarta-feira. Os médicos se queixam de que, aliado a esse problema, estão os baixos salários e também uma recomendação do Ministério Público, para que eles permaneçam por quatro horas no posto de saúde.

Os médicos Marcos Jová Santos da Silva e Daniel Cardoso de Azevedo deixaram claro que não seria problema nenhum ficar as quatro horas no posto de saúde, desde que houvesse condições mínimas de trabalho e o salário fosse pelo menos perto do piso salarial definido pela federação da categoria. Mas isso não ocorre. Para se ter uma ideia da precariedade da saúde em Marabá, esta semana sete médicos chegaram a registrar ocorrência policial para denunciar a falta de coisas básicas no Hospital Municipal de Marabá, como soro fisiológico, Buscopan, esparadrapo, morfina e defeito no aparelho de raios x.

O médico Marcos Jová também mostrou ofícios, desde 2011, cobrando material para trabalho tanto no hospital quanto nos postos de saúde, onde a situação é ainda mais precária. A maioria dos pacientes não consegue fazer os exames, o que impede a continuidade do atendimento médico. Marcos Jová explica que mesmo sem estrutura, caso algum paciente morra sem atendimento, eles poderão responder por omissão, segundo prevê o Código de Ética Médica. Por isso, é melhor deixar o serviço público. (Diário do Pará)

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