Começam a surgir relatos que reforçam o ponto de vista de que Fernando Lugo, ex-presidente do Paraguai, foi vítima de um golpe.
Cinco acusações foram invocadas para derrubá-lo. A mais forte delas foi há duas semanas, relacionadas ao fato de 13 pessoas, entre camponeses e soldados, foram mortas durante operação policial para acabar com uma invasão de terra. Culparam Lugo pelas mortes.
A terra invadida pertencia ao chefe de um dos partidos políticos conservadores do Paraguai e adversário de Lugo. A operação policial foi autorizada pela Justiça. Repórter do El País, o jornal mais importante da Espanha, entrevistou líderes dos sem-terra responsáveis pela invasão e testemunhas neutras do episódio. Apurou que franco-atiradores dispararam contra invasores e soldados, e assim deram início ao confronto.
Chanceleres de diversos países que estiveram em Assunção a poucas horas da queda de Lugo ouviram de políticos empenhados na aprovação do impeachment: - É melhor vocês irem embora porque se a situação reverter a favor do presidente haverá violência.
Não se depõe um presidente em 24 horas. Nem em 48. Nem em 72. Os advogados de Lugo tiveram apenas duas horas para defendê-lo no Senado. A fraqueza política de Lugo não justifica sua remoção do cargo. Se o golpe encontra respaldo na Constituição e é avalizado pela Suprema Corte nem por isso deixa de ser golpe. (Blog do Ricardo Noblat)
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