sábado, 26 de maio de 2012

SEGUNDO TURNO ENTRE EX-MUBARAK E ISLAMISTA PREOCUPA REVOLUCIONÁRIOS

Com o dilema de decidir entre a histórica oposição islamista — por décadas banida — e a velha ala militar defensora de um Estado secular, os egípcios voltarão às urnas em junho amplamente polarizados, e confrontados com uma escolha que deixa de fora o espírito inicial da Primavera Árabe, de construção de uma sociedade nova totalmente aberta e democrática. 

Se os números não oficiais divulgados na sexta-feira forem confirmados, o segundo turno das eleições presidenciais realizadas esta semana será entre dois candidatos afastados do ímpeto revolucionário da Praça Tahrir, que derrubou o ditador Hosni Mubarak no ano passado. Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, representante de um projeto em que o islã ganharia peso na vida pública e que inquieta os setores mais liberais, enfrentará o militar reformado Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro da era Mubarak e defensor de um Estado dissociado da religião.

Em comum, apenas o fato de nenhum dos dois atender às aspirações do movimento que derrubou o antigo regime. — Estou chocado. Como isso pôde acontecer? O povo não quer Mursi ou Shafiq. Estamos cansados dos dois. Eles vão levar as pessoas de volta à Tahrir — indignou-se Tareq Farouq, de 34 anos e morador do Cairo. (O GLOBO)

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