Leio que o PSD, a legenda fundada no ano passado (refundada, já que existiu outras duas vezes antes) pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB), está em pânico. Seus próprios líderes admitem que haverá uma debandada e o partido vai se desmilinguir, pode até se acabar se a justiça eleitoral não lhe der tempo de propaganda no rádio e na TV e acesso ao fundo partidário.
Ao fundo a procuradoria eleitoral já recomendou que ele não tenha acesso. Sem tempo de rádio e TV, reconhecem os líderes do partido, o que eles têm a oferecer aos aliados? Ou como vão sair candidatos a prefeito e a vereador nas eleições deste ano os que deixaram outros partidos só para conseguir concorrer nesta eleição pela janela oferecida pelo PSD?
No caso de confirmação da debandada os líderes pessedistas já antecipam que o caminho do PSD é fundir-se com o PSB. O pedido dos pessedistas, de acesso ao fundo partidário e a tempo de propaganda em rádio e TV já começou a ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no mês passado.
A sigla quer receber os benefícios na mesma proporção dos votos dados em 2010 à sua bancada atual na Câmara - 53 deputados, a 4ª maior da Casa -, ainda que naquela eleição os parlamentares que agora a ele aderiram integrassem outras legendas. Houve um pedido de vista e o julgamento no TSE não tem prazo para ser retomado. Se perder, o PSD ficará com apenas R$ 18,5 mil mensais do fundo partidário e tempo de TV exíguo, de partido nanico, duas medidas que lhe retiram uma das principais moedas de troca usadas na hora da negociação de alianças.
Mas, uma decisão favorável do TSE simplesmente acaba de uma vez por todas com a fidelidade partidária e abre uma temporada de criação de partidos às vésperas de eleição para vender tempo de TV e montar cartórios para vender depois a legenda a candidatos a vereador, deputado, senador, governador e presidente. Com decisão favorável, a justiça eleitoral estará se tornando patrono de um escândalo sem precedentes no país.
(Blog do Zé Dirceu)
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