quarta-feira, 30 de maio de 2012

Lula ficou bom do câncer? Pau nele...

Essa trama criada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes (PSDB), se parece com os esquemas das novelas da Globo: podem mudar os personagens, mas o enredo se parece, e às vezes, quase não se distingue da novela anterior. Tem o bom e o mau, o bonito e o feio, o bandido e o mocinho tal como nos arrasa-quarteirões hollywoodianos. Importante é que chame a atenção e continue dando ibope, nem que seja cada vez mais baixo, como as novelas globais.

Há mais de uma década todos sabemos como começa: um prócer demo-tucano inventa uma mentira e pouco minutos depois ela estará nos sites da "grande" mídia, à noite é manchete circunspecta do Bonner e, no dia seguinte, manchete de todos os narigudos. Quando a manchete sai no papel, o desmentido já está nas redes sociais que contam a história segundo a versão do caluniado.

Os jornalões e ela, a Veja, dão capa e grandes textos, com fotos devidamente editadas no photoshop, detratando Lula e quem mais se atreva a prosseguir com as mudanças políticas, sebretudo com essa história de falar em pobre, bolsa família e outros itens que tanto ódio causam nos causadores da miséria que parecia eterna e, sobretudo, com essas políticas que colocam o Brasil no seu devido lugar na cena internacional, com mais respeito e presença, medidas que tanto ódio causam aos cupinchas do capital estrangeiro e dos históricos esquemas colonais e neo-coloniais.

Nos dias seguintes, a despeito dos desmentidos e das evidências da mentira, as manchetes prosseguem, embora trazendo, nas duas últimas linhas da notícia, o desmentido e até uma ou outra versão que tornam a mentira um pouco visível. Como em outras ocasiões, desta vez o mocinho da Veja/jornalões está sendo o simpátigo Gilmar Mendes (PSDB), que diz/desdiz e vira manchete.

Tudo isso às vésperas de um possível-deus-queira-que-seja aprofundamento da CPMI do Cachoeira, que, na verdade, tem tudo prra ser a CMPI do Gilmar, do FHC, do Serra, do Perillo, do mensalão do PMDB mineiro, da mais horrenda ladroagem que o Brasil já sofreu com a privataria tucana. E tem a Veja, suspeita de ligação com o crime organizado, e o seu dono, o Civita, à espera da convocação pela CPMI. Assim se entende o porquê dessa última armação de Gilmar (PSDB), soltar uma imensa nuvem de fumaça, recriando o mensalão, pressionando o Supremo para entrar no jogo, tudo para tentar obscurecer as verdadeiras mentiras e verdades que esta CPMI bem poderia trazer a público.

Esta CPMI bem poderia, pela primeira vez, colocar diante dos olhos e ouvidos do distinto público os detalhes da fábrica, talvez a maior fábrica de dossiês produzidos sob encomenda da VEJA/jornalões/direita/neo-colonialistas. E botar a nu o tal "Jornalismo investigativo" desses órgãos de desinformação. Penetrar nos métidos de um "jornalismo" que não é jornalismo, mas usina disseminadora de boatos e mentiras produzidas e embaladas nos porões do Cachoeira e outros tembém, certamente.

Aliás, é preciso fazer "justiça" a esse Cachoeira: ele não passaria de um bagrinho no meio dessa trama, ele parece ser apenas uma espécie de diretor-executivo de uma mega-empresa criminosa cuja ação pode deixar o jogo do bicho e os caça-níqueis como atividades infantis. Ele seria apenas o gerente de um mega-esquema que corrói o Brasil pelas entranhas, seja pela simples apropriação dos recursos nacionais, seja pela ação estudada e projetada sobre as instituições brasileiras.

Ocorre que ... ocorre que os tempos mudaram desde que os ancestrais desses grupos anti-nacionais e anti-povo tanto mentiram até que Getúlio botou uma bala no próprio coração. Lula, bode expiatório contemporâneo, já demonstrou não ter vocação para o suicídio. Pela primeira vez no Brasil um partido e um líder político têm base popular organizada e este é o nó que os inimigos do Brasil não estão conseguindo desatar, pois cada dia ele se aperta mais.

Em artigo publicado na revista CartaCapital que circula esta semana, o sociólogo Marcos Coimbra traz os dados de uma pesquisa nacional feita recentemente pelo instituto Vox Populi, presidido por ele, em que 48% dos entrevistados disseram simpatizar com algum partido. Só que 80% das respostas se restringem a apenas três partidos: o PT, com 28% das respostas, o PMDB, com 6% e o PSDB com 5%. Os demais 26 partidos dividem os 20% restantes de simpatia.

O parágrafo transcrito a seguir explica a voracidade e a virulência dos contínuos ataques de certa mídia ao Partido dos Trabalhadores. "A proeminência do PT é ainda mais acentuada quando se pede ao entrevistado que diga se "simpatiza", "antipatiza" ou se não tem um ou outro sentimento em relação ao partido. Entre "muita" e "alguma simpatia", temos 51% (ao PT). Outros 37% se dizem indiferentes. Ficam 11%, que antipatizam "alguma" coisa ou "muito" com ele."

Assim dá para entender o desespero daqueles que historicamente recorreram aos golpes de Estado, método hoje fora de moda, ao menos nos moldes clássicos. Continuam a desejar o golpe, mas o nó popular os vem impedindo, com tendência a neutralizá-los. 
(Blog do Jornalista Manuel Dutra)

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