Uma operação do Ibama e da Polícia Federal desmontou um esquema de corrupção armado para regularizar terras de forma fraudulenta e autorizar a exploração madeireira em imensas áreas de florestas virgens em Roraima, no extremo norte do país, uma das regiões mais preservadas da Amazônia brasileira.
As investigações indicam que a ação da quadrilha gerou o desmatamento de, pelo menos, 146 mil hectares de matas nativas (o equivalente a 146 mil campos de futebol) e colocou no mercado 1,4 milhão de m3 de créditos de madeira (aproximadamente 70 mil caminhões cheios) nos sistemas oficiais que controlam a compra, venda e transporte de produtos florestais, como o DOF e o Sisflora.
Os principais integrantes da rede criminosa, que cooptou membros de órgãos municipais, estaduais e federais, foram presos na manhã desta quarta-feira (23/05), entre eles servidores do Incra, do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Interaima), da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), da Prefeitura de Boa Vista e oito servidores da Superintendência do Ibama em Roraima.
Ao todo a operação, batizada de Salmo 96:12, cumpriu 44 mandados de prisão, com desdobramentos também no setor privado, com a prisão de 20 madeireiros e cinco pessoas numa empresa de consultoria ambiental. Os servidores do instituto indiciados por improbidade administrativa, além da ação criminal na Polícia Federal, responderão a processo administrativo disciplinar no Ibama. Provado o crime contra a administração, todos perderão o cargo público. (DOL)
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